Igrejas evangélicas diminuem investimentos na TV aberta e miram web para atrair novos fiéis
Pentecostais deixam de pagar cifras milionárias para aparecerem nas maiores redes de TV
Antiga mina de ouro para as grandes redes de TV, as igrejas evangélicas pentecostais deixaram de ver a TV aberta como um bom negócio. Das cinco principais delas, apenas a greja Universal do Reino de Deus está nas quatro maiores redes do país.
Mesmo nas TVs menores, como RedeTV!, TV Gazeta, CNT e Rede 21, os contratos com as igrejas grandes rarearam. Atualmente, apenas as que estão em crescimento, e que precisam de uma TV para ter exposição, procuram acordos financeiros.
O dinheiro serviu para conter uma crise financeira que a Record vive, e que causou demissões na empresa neste ano. A estimativa é que a Igreja coloque menos dinheiro em 2023 após os cortes de gastos.
O F5 procurou a Universal e alguns de seus representantes para comentarem o assunto, mas a Igreja disse que não comenta detalhes contratuais com as TVs.
R.R. Soares mantém contratos apenas com a RedeTV!, onde paga R$ 2,5 milhões para ocupar parte da manhã e uma hora no horário nobre da emissora.
“Eu tenho 30 anos de televisão, fui presidente da Record e superintendente de RedeTV!, fechei alguns contratos. As grandes igrejas sempre foram dependentes da TV aberta porque não tinham outra opção. Até cinco anos atrás era assim. E era no preço que a TV queria, e a Igreja não tinha para onde correr”, afirma.
“As coisas mudaram drasticamente. As igrejas notaram que o valor pago era muito elevado. Com a internet, deu uma nova estrada. Ainda não é o mesmo alcance da TV aberta, mas com a internet dá para tocar. E os custos de manutenção da internet são bem mais baixos. O Valdemiro Santiago já tem mais de 300 mil seguidores em um canal no YouTube. Dez anos atrás, para atingir isso, você pagava uma fortuna”, conclui Munhoz.
